BOGOTÁ (Reuters) - Os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) expulsaram cinco comandantes que se recusaram a se desmobilizar e se unir a um processo de paz com o governo cuja meta é encerrar mais de cinco décadas de guerra, disse a liderança da guerrilha.
Os cinco comandantes, todos de unidades presentes na floresta do sudeste do país, incluem um ex-participante das conversas de paz de quatro anos realizadas em Cuba.
"Esta decisão é motivada pela conduta recente deles, que contradiz nossa linha político-militar", informaram líderes das Farc em um comunicado no final de terça-feira.
"Pedimos a todos os combatentes que foram induzidos a este caminho sem futuro para se distanciarem desta decisão equivocada tomada por seus comandantes", acrescentaram.
Os comandantes expulsos são o segundo grupo de rebeldes a declararem sua oposição ao acordo de paz, mediante o qual as Farc se converterão em um partido político desarmado. Em julho, um líder da Primeira Frente e alguns de seus combatentes deixaram o grupo em protesto contra o pacto.
Autoridades policiais e militares expressaram temores de que alguns rebeldes não irão se desmobilizar, e sim manter o controle das operações lucrativas de cultivo de coca e tráfico de cocaína, cerrando as fileiras das temidas gangues de criminosos do país.
Um acordo de paz modificado, que foi delineado depois que a primeira versão foi rejeitada em um referendo em outubro, foi assinado pelo líder das Farc, Rodrigo Londoño, e pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços para chegar ao entendimento.
(Por Luis Jaime Acosta)